O Portugal 2030 representa uma oportunidade única para as empresas nacionais, com uma dotação financeira de 23 mil milhões de euros, o programa visa dinamizar a economia do país, promover a inovação empresarial, fortalecer a qualificação dos recursos humanos e promover a coesão territorial. Este fundo é, sem dúvida, uma alavanca para empresas que desejam crescer, expandir-se e modernizar-se. Ao apoiar projetos nas áreas da internacionalização, transição digital e energética, e desenvolvimento de novos produtos e serviços com elevado valor acrescentado, o Portugal 2030 oferece uma vasta gama de possibilidades para as empresas inovadoras e ambiciosas.
Porém, apesar do grande interesse que existe por estes fundos, o número de candidaturas mal preparadas e, consequentemente, não aprovadas, continua a ser preocupante. Não basta ter um bom projeto, é necessário que a candidatura seja apresentada de forma estratégica e profissional, respeitando todos os requisitos e especificidades do processo.
O processo de candidatura ao Portugal 2030 exige planeamento, conhecimento técnico e, acima de tudo, atenção ao detalhe. Pequenos erros podem comprometer o sucesso de uma candidatura, tornando todo o trabalho em vão.
O que é o Portugal 2030 avisos?
Por isso, apresentamos-lhe os 5 erros mais comuns cometidos pelas empresas no processo de candidatura e, mais importante, o que deve fazer para os evitar:
1. Não ter o Estatuto de PME atualizado
Um erro básico, mas muitas vezes fatal, é não garantir que a empresa tenha o estatuto de PME atualizado. Este estatuto é fundamental para que a sua empresa seja considerada para a maior parte dos apoios financeiros do Portugal 2030, uma vez que cerca de um quinto dos fundos disponíveis são direcionados exclusivamente para micro, pequenas e médias empresas. Contudo, para se qualificar como PME, a empresa deve cumprir vários requisitos definidos pelo IAPMEI, sendo que uma das condições mais importantes é que nenhuma grande empresa tenha uma participação superior a 25% no capital da empresa.
O que fazer: Certifique-se de que o estatuto de PME está atualizado e validado pelo IAPMEI antes de submeter a sua candidatura. Este é um passo essencial e pode ser facilmente verificado através do portal do IAPMEI, evitando assim o risco de ver a sua candidatura rejeitada por um simples detalhe.2. Avançar sem uma estratégia clara
Um dos maiores erros cometidos por empresas que tentam obter financiamento do Portugal 2030 é não ter uma estratégia clara e definida. O financiamento não deve ser encarado como um objetivo em si, mas como uma ferramenta para executar uma estratégia de crescimento sustentável e bem estruturada. Muitos empresários acabam por submeter candidaturas sem um plano bem delineado, o que pode prejudicar a análise do projeto, já que a falta de visão a longo prazo pode ser vista como um risco elevado.
O que fazer: Antes de submeter a sua candidatura, defina com clareza o que pretende alcançar. Quais são os mercados que deseja explorar? Que recursos e competências necessita? Como o financiamento ajudará a alcançar os objetivos traçados? Responder a estas questões ajudará a criar um projeto sólido, alinhado com os requisitos do Portugal 2030 e com as expectativas de crescimento da empresa.
3. Desconhecer as especificidades dos avisos
Cada aviso de financiamento do Portugal 2030 tem as suas próprias características e requisitos, que variam consoante a região, o setor de atividade ou o tipo de projeto. Por exemplo, as zonas de Lisboa e Porto têm uma taxa de cofinanciamento inferior em comparação com regiões do interior do país. Além disso, existem programas específicos direcionados a setores como a indústria tecnológica, agricultura ou energia renovável, por exemplo.
O que fazer: Antes de avançar com a candidatura, estude cuidadosamente o aviso a que se quer candidatar. Verifique a taxa de apoio aplicável à sua região, os critérios de elegibilidade e os objetivos prioritários do programa. Conhecer as especificidades do aviso é essencial para aumentar a probabilidade de sucesso da sua candidatura.
4. Deixar tudo para a última hora
A procrastinação é, por vezes, o inimigo número um das candidaturas ao Portugal 2030. O processo de candidatura é técnico, envolve várias etapas e exige documentação específica. Deixar tudo para a última hora pode resultar em falhas técnicas, falta de tempo para corrigir erros ou mesmo na perda da oportunidade de submeter a candidatura dentro do prazo. Além disso, quando há empate entre duas candidaturas, o critério de prioridade é dado à primeira a ser submetida.
O que fazer: Inicie o processo com antecedência. Organize-se, reúna toda a documentação necessária e garanta que todos os documentos estão completos e devidamente preenchidos. Além disso, sempre que possível, faça uma verificação preliminar antes de submeter a candidatura.
5. Não recorrer a apoio especializado
Embora os empreendedores sejam, sem dúvida, os maiores especialistas nos seus próprios negócios, o processo de candidatura ao Portugal 2030 é altamente técnico e exige um conhecimento aprofundado das regras, formulários e critérios de avaliação. Um erro comum é tentar submeter a candidatura sem ajuda de profissionais especializados, o que pode resultar numa candidatura menos robusta ou até na sua rejeição.
O que fazer: Trabalhe com profissionais especializados em candidaturas a fundos comunitários. Estes especialistas possuem o know-how necessário para otimizar a sua candidatura, ajudar a destacar o seu projeto e garantir que todos os requisitos técnicos e financeiros sejam cumpridos. O apoio profissional não só aumenta as hipóteses de sucesso, como permite que o empresário se concentre no desenvolvimento do seu projeto enquanto especialistas cuidam dos aspetos burocráticos.
Antes de submeter a sua candidatura: já validou a viabilidade do seu projeto?
Antes de submeter a sua candidatura ao Portugal 2030, é essencial validar a viabilidade do seu projeto. Uma candidatura de sucesso começa na fase de pré-candidatura, onde deve responder a questões cruciais para perceber se o seu projeto tem real potencial de sucesso. Pergunte-se:
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O projeto pode avançar mesmo sem financiamento externo?
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Tem uma análise económico-financeira sólida e viável?
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O projeto é inovador ou tem uma diferenciação clara em relação ao mercado?
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Está plenamente consciente dos custos totais envolvidos e das fontes de financiamento adicionais, além do Portugal 2030?
Responder a estas questões permitirá não apenas preparar uma candidatura sólida, mas também garantir que o investimento será bem-sucedido, com ou sem apoio do Portugal 2030. Este processo de reflexão antecipada pode ser a chave para transformar o seu projeto num verdadeiro caso de sucesso.