O setor da construção continua a dar sinais de dinamismo, com o índice de produção a registar um crescimento homólogo de 2,2% no mês de fevereiro. Este resultado representa uma ligeira aceleração face ao desempenho de janeiro, refletindo uma evolução favorável da atividade.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), este avanço foi impulsionado, em particular, pelo segmento da construção de edifícios, que apresentou um contributo positivo mais expressivo.
Os números agora divulgados permitem uma leitura mais clara da atual conjuntura do setor, marcada por ritmos distintos entre os subsectores, variações moderadas em termos mensais e sinais mistos no que respeita ao emprego e às remunerações.
Evolução positiva impulsionada pelo setor da construção de edifícios
Durante o mês de fevereiro, o índice de produção no setor da construção de edifícios registou um acréscimo de 2,2% em termos homólogos, o que representa uma evolução favorável da atividade económica neste setor, especialmente quando comparado com o desempenho observado no mês anterior. Este valor traduz uma subida de 0,3 pontos percentuais (p.p.) face à variação homóloga registada em janeiro, sinalizando uma ligeira aceleração no ritmo de crescimento do setor da construção.
Este comportamento positivo constitui um indicador relevante da retoma da atividade, sendo particularmente significativo num contexto económico que tem sido marcado por desafios de diversa ordem.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), entidade responsável pela recolha e análise de informação estatística, que acompanha de forma sistemática o desempenho deste setor, considerado estruturante para a economia nacional. O crescimento verificado neste período evidencia uma tendência de recuperação e estabilidade, com a construção de edifícios a assumir um papel central na explicação deste resultado, dado o seu contributo relevante para a evolução global do índice.
Desempenhos distintos entre os subsectores da construção
Contributos para a variação do índice
Quando analisados os contributos individuais de cada um dos subsectores para a taxa de variação homóloga do índice total, verifica-se que a construção de edifícios teve um impacto claramente positivo. Este segmento contribuiu com 2,6 pontos percentuais para a variação global, superando o valor de 2,4 pontos registado no mês de janeiro.
Em contrapartida, o segmento da engenharia civil teve um contributo negativo de 0,4 pontos percentuais, embora se trate de uma ligeira recuperação face ao défice de 0,5 pontos observado no mês anterior. Estes dados revelam o papel preponderante da construção de edifícios na evolução positiva do índice e a atenuação do impacto negativo da engenharia civil.
Variação mensal revela crescimento moderado
Emprego e remunerações com comportamentos distintos
A evolução do índice de emprego no setor da construção também foi positiva no mês de fevereiro. De acordo com os dados do INE, registou-se um aumento homólogo de 2,4%, o que representa um crescimento de 0,4 p.p. face ao valor verificado em janeiro. Este acréscimo indica uma tendência de reforço do número de trabalhadores ativos na área da construção.
Em sentido contrário, as remunerações apresentaram uma desaceleração no mesmo período. Em janeiro, a taxa de variação homóloga das remunerações era de 9,0%, tendo recuado para 7,9% em fevereiro, o que representa uma quebra de 1,1 p.p. Apesar do crescimento ainda significativo, a descida revela uma moderação no ritmo de aumento dos salários no setor.
Considerando a variação mensal, o índice de emprego subiu 1,0% em fevereiro, valor superior aos 0,7% registados no mesmo mês do ano anterior. No que respeita às remunerações, observou-se uma subida mensal de 2,5%, um valor inferior ao aumento de 3,5% registado em fevereiro de 2024. Estes dados revelam sinais mistos no que toca ao mercado de trabalho no setor da construção, com um reforço no emprego, mas um abrandamento no crescimento das remunerações.