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As exportações Portuguesas para a China registaram um desempenho excecional, alcançando o melhor início de ano de sempre. Este marco significativo foi anunciado hoje e revela um total impressionante de 97,6 mil milhões de dólares, o que corresponde a cerca de 90,3 mil milhões de euros.

Este crescimento notável nas exportações reflete não apenas a robustez das relações comerciais entre os países de língua portuguesa e a China, mas também o dinamismo do comércio internacional, que continua a apresentar oportunidades promissoras para os exportadores lusófonos. A superação dos valores anteriores é um indicador positivo que sugere uma crescente procura pelos produtos e serviços oferecidos pelos países lusófonos no vasto e competitivo mercado chinês. Este feito marca uma nova era nas trocas comerciais, evidenciando a importância da China como parceiro estratégico para as nações de língua portuguesa.

Um marco histórico nas exportações Portuguesas

Os dados apresentados revelam que as exportações Portuguesas para a China atingiram um nível recorde durante o período compreendido entre janeiro e agosto, estabelecendo-se como o valor mais elevado desde que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, também conhecido como Fórum de Macau, começou a divulgar este tipo de informação, com base nos dados provenientes dos Serviços de Alfândega da China, em 2013.

Este crescimento significativo nas exportações foi de 4,9% em termos anuais, e o Brasil teve um papel fundamental neste aumento, consolidando-se como o maior fornecedor lusófono no mercado chinês. As vendas brasileiras, em particular, registaram um crescimento de 5,2%, totalizando 81,5 mil milhões de dólares, o que equivale a 75,4 mil milhões de euros. Este resultado não só demonstra a força das exportações brasileiras, mas também estabelece um novo recorde para os primeiros oito meses do ano, evidenciando a crescente interligação económica entre os países lusófonos e a China. A importância deste crescimento nas exportações é refletida nas dinâmicas comerciais que caracterizam as relações económicas entre as nações de língua portuguesa e a China, sinalizando um desenvolvimento positivo e sustentável nas trocas comerciais entre estas regiões.

A contribuição de Angola e Portugal

As exportações de Angola para a China registaram um crescimento de 1,8%, alcançando um total de 12 mil milhões de dólares, o que corresponde a aproximadamente 11,1 mil milhões de euros. Este aumento, embora modesto, reflete uma continuação da tendência de exportação do país para o mercado chinês. Por outro lado, as exportações de Portugal tiveram um desempenho ainda mais significativo, com um aumento de 11,4%, atingindo um valor total de 2,09 mil milhões de dólares, ou seja, cerca de 1,93 mil milhões de euros.

Os dados recentemente divulgados mostram que a maioria dos países que partilham a língua portuguesa beneficiaram de um incremento nas suas exportações para a China, o que é um sinal positivo para a cooperação económica entre estas nações e o gigante asiático. Um dos exemplos mais notáveis é Moçambique, onde as vendas para a China cresceram de forma impressionante, registando um aumento de 25,5%. Este crescimento resultou numa totalização de 1,16 mil milhões de dólares, ou cerca de 1,07 mil milhões de euros, o que demonstra o potencial do país em expandir a sua presença no mercado chinês. A tendência geral indica que as exportações dos países lusófonos para a China estão a fortalecer-se, sinalizando um aumento da interdependência económica e uma valorização das relações comerciais entre essas nações e a China.

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Queda nas exportações de outros países

Contrariamente à tendência positiva observada nas exportações de outros países lusófonos para a China, as exportações da Guiné Equatorial registaram uma queda significativa de 8%, resultando num total de 838,5 milhões de dólares, o que equivale a cerca de 776,1 milhões de euros. Este declínio nas vendas é particularmente preocupante, pois indica desafios enfrentados pelo país no seu relacionamento comercial com o mercado chinês.

De forma ainda mais alarmante, as vendas de Timor-Leste sofreram uma descida acentuada de 99%, o que demonstra uma crise significativa na sua capacidade de exportação para a China. Cabo Verde também não ficou imune a esta situação, pois registou uma redução de 82,2% nas suas exportações, evidenciando dificuldades semelhantes. Além disso, São Tomé e Príncipe observou uma diminuição de 91,5% nas suas vendas em comparação com o mesmo período do ano anterior, de janeiro a agosto de 2023, o que coloca em evidência a fragilidade das suas transações comerciais.

Por outro lado, é importante mencionar que as exportações da Guiné-Bissau para a China mantiveram-se relativamente estáveis durante os primeiros oito meses de 2024, embora o valor total das mercadorias exportadas tenha sido bastante reduzido, não ultrapassando os mil dólares, o que se traduz em cerca de 926 euros. Este cenário de estabilidade, embora positivo em comparação com os outros países mencionados, ainda levanta questões sobre a capacidade de crescimento e desenvolvimento das exportações guineenses em relação ao vasto e lucrativo mercado chinês.

Importações e balanço comercial

Em contraste com a situação das exportações, os países de língua portuguesa, conhecidos como lusófonos, importaram da China produtos no valor de 58,5 mil milhões de dólares, o que equivale a aproximadamente 54,1 mil milhões de euros. Este montante não apenas destaca o fortalecimento das relações comerciais entre estas nações e a China, mas também representa um aumento significativo de 19,7% em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde para os primeiros oito meses do ano. No âmbito deste comércio, o Brasil destacou-se como o maior parceiro comercial da China no grupo lusófono, com importações que atingiram um total impressionante de 49,5 mil milhões de dólares, cerca de 45,8 mil milhões de euros. Portugal, por sua vez, ocupou a segunda posição, adquirindo mercadorias da China no valor de 4,19 mil milhões de dólares, que se traduzem em aproximadamente 3,88 mil milhões de euros.

Somando todas as transações comerciais, as trocas entre os países lusófonos e a China alcançaram um montante global de 156,1 mil milhões de dólares, correspondendo a cerca de 144,5 mil milhões de euros durante o período de janeiro a agosto. Este valor reflete um aumento de 10% comparativamente ao mesmo período do ano anterior, estabelecendo assim um novo marco histórico para os primeiros oito meses do ano.

Além disso, durante este período, a China enfrentou um défice comercial significativo de 39,1 mil milhões de dólares, o que representa aproximadamente 36,2 mil milhões de euros, com o bloco lusófono. Este défice indica que as importações da China por parte dos países lusófonos superaram amplamente as suas exportações para estes mercados. Em abril deste ano, o Fórum de Macau realizou a sua sexta conferência ministerial, onde se procedeu à aprovação de um novo plano de ação que se estende até 2027. Este plano tem como foco a promoção de novas áreas de cooperação, incluindo a economia digital e a economia azul, sublinhando assim a intenção de reforçar os laços comerciais e a colaboração entre a China e os países de língua portuguesa em setores emergentes.