A Electrão, entidade líder na gestão de reciclagem equipamentos elétricos em fim de vida, revelou que, ao longo do último ano, conseguiu recolher e encaminhar para reciclagem um total superior a 36 mil toneladas de resíduos elétricos. Este número representa um avanço significativo nos esforços de sustentabilidade e reforça o compromisso da organização com a gestão eficiente destes resíduos. O crescimento registado reflete a eficácia das campanhas de sensibilização e o reforço da rede de pontos de recolha disponíveis para os cidadãos e empresas.
Entre os diversos tipos de equipamentos entregues para reciclagem, os aparelhos de grandes dimensões, como frigoríficos e máquinas de lavar roupa, tiveram um aumento expressivo na recolha. O volume de recolha desses equipamentos cresceu 43% em comparação com o ano de 2023, demonstrando uma maior adesão por parte da população e uma melhoria nas infraestruturas que permitem a recolha e o tratamento adequado destes resíduos.
O desvio destes equipamentos do mercado paralelo e o correto encaminhamento para as unidades de tratamento são fatores determinantes para garantir um processo de reciclagem eficiente e sustentável.
A Electrão mantém o seu foco na implementação de soluções inovadoras que incentivem a participação ativa dos cidadãos na entrega de equipamentos elétricos em fim de vida, contribuindo assim para a preservação do ambiente e a valorização dos materiais recicláveis.
Crescimento expressivo na reciclagem equipamentos elétricos
Ao longo de 2024, a Electrão conseguiu direcionar para reciclagem um volume total de 36.381 toneladas de equipamentos elétricos, registando um aumento expressivo de 31% em comparação com o ano anterior, em que foram tratadas cerca de 27.000 toneladas. Quando analisado face a 2022, o crescimento foi ainda mais acentuado, atingindo os 52%, uma vez que, nesse período, o volume reciclado rondou as 24.000 toneladas.
Apesar da evolução positiva e do aumento progressivo na quantidade de resíduos elétricos encaminhados para a reciclagem de equipamentos, a entidade sublinha que Portugal continua distante dos objetivos estabelecidos a nível europeu. Entre os principais desafios, destacam-se a tendência para o armazenamento prolongado de equipamentos em residências, bem como a persistência de um mercado paralelo que dificulta o cumprimento das metas definidas para a reciclagem deste tipo de resíduos.
Equipamentos de grande porte lideram as entregas
Conforme indicado no comunicado divulgado esta quinta-feira, os equipamentos de maiores dimensões, como frigoríficos, arcas congeladoras e máquinas de lavar roupa, constituíram a parcela mais significativa dos resíduos elétricos encaminhados para reciclagem, atingindo um total de 22.233 toneladas. Este número representa um crescimento expressivo de 43% em comparação com o volume registado em 2023 e assume especial importância devido ao impacto do mercado paralelo, que desvia muitos destes aparelhos do sistema oficial de tratamento de resíduos, comprometendo a sua adequada descontaminação e reciclagem. A recuperação destes equipamentos é essencial, uma vez que contêm substâncias potencialmente prejudiciais ao ambiente e à saúde pública, que exigem um tratamento especializado.
A seguir, encontram-se os pequenos eletrodomésticos, uma categoria que engloba aparelhos como ferros de engomar, aspiradores, torradeiras e outros utensílios domésticos de menor porte, cujo volume total recolhido ascendeu a 6.837 toneladas. No que respeita a equipamentos informáticos e de comunicação, onde se incluem computadores, impressoras, telemóveis e tablets, foram registadas 4.470 toneladas enviadas para reciclagem.
Também foram tratadas 2.456 toneladas de ecrãs, abrangendo televisores e monitores, bem como 313 toneladas de lâmpadas, cuja correta reciclagem é fundamental para evitar a libertação de substâncias nocivas e permitir a recuperação de materiais valiosos para reutilização na indústria.
Expansão da rede de recolha e novas iniciativas
A Electrão atribui o crescimento registado na reciclagem de resíduos elétricos a um conjunto de fatores que contribuíram para um aumento significativo na quantidade de equipamentos corretamente encaminhados para tratamento. Um dos principais elementos deste progresso foi a expansão da sua rede de recolha, que passou a dispor de um total de 13.500 pontos distribuídos pelo país, representando um acréscimo de 2.103 unidades face ao ano anterior. Este reforço da infraestrutura teve um impacto direto nos resultados alcançados, permitindo a recolha e reciclagem de mais 8.000 toneladas de resíduos elétricos, que de outra forma poderiam ter sido indevidamente descartados ou desviados para circuitos informais.
Outro fator determinante foi a participação ativa dos operadores, que foram responsáveis pelo encaminhamento de 7.000 toneladas para o sistema de reciclagem, reforçando o papel destas entidades no cumprimento das metas ambientais. A Electrão realça ainda a importância de iniciativas específicas, como o programa de recolha porta-a-porta, que tem facilitado significativamente o processo de descarte responsável de grandes eletrodomésticos, permitindo que frigoríficos, máquinas de lavar e outros aparelhos de grandes dimensões sejam recolhidos diretamente nas residências e encaminhados para tratamento adequado.
A organização alerta, no entanto, que, apesar dos avanços registados, ainda existem desafios consideráveis a ultrapassar. Um dos principais obstáculos continua a ser a necessidade de aumentar a sensibilização da população para a importância da reciclagem de equipamentos elétricos e eletrónicos. Muitos pequenos aparelhos continuam armazenados nas casas sem serem entregues para reciclagem, prolongando a sua permanência fora do circuito adequado.
Paralelamente, a existência de um mercado paralelo, que desvia uma quantidade significativa destes resíduos do sistema formal, compromete a descontaminação e a recuperação eficiente dos materiais, representando um entrave ao cumprimento das metas ambientais definidas.
Metas mais ambiciosas para 2025
Reutilização como complemento à reciclagem
Além da reciclagem, a Electrão tem também direcionado esforços significativos para a promoção da reutilização de equipamentos elétricos, um aspecto essencial na redução do desperdício e na maximização do ciclo de vida dos aparelhos. A entidade sublinha o seu compromisso com soluções que visam prolongar a vida útil dos equipamentos, adotando práticas como a doação e a reparação, que não só evitam o envio de resíduos para o final de vida prematuro, mas também contribuem para a promoção de uma cultura de consumo mais responsável e sustentável.
Ao longo de 2024, o processo de verificação do potencial de reutilização permitiu que 1.327 toneladas de equipamentos fossem reaproveitadas, refletindo um aumento de 14% em relação ao ano anterior. Este crescimento é um indicador claro do impacto positivo das iniciativas implementadas pela Electrão, que visam dar uma nova vida aos aparelhos em vez de os destinar diretamente à reciclagem.
Este enfoque não se limita à simples reciclagem, mas estende-se a práticas que promovem um ciclo contínuo de utilização, alinhando-se com os princípios da economia circular e com as metas estabelecidas pela União Europeia. A Electrão reafirma o seu compromisso em contribuir para a construção de um sistema de gestão de resíduos mais sustentável, no qual a reutilização e a reciclagem desempenham um papel fundamental na redução do impacto ambiental.
Ao adotar uma abordagem integrada que combina a recolha, o reaproveitamento e a reciclagem, a entidade não só apoia a preservação dos recursos naturais, mas também trabalha para garantir que Portugal se alinhe com as metas europeias de uma economia mais circular e menos dependente de recursos primários.